MINHA LOUCA

Carlinha partiu, foi para o velho mundo e nos deixou aqui. O motivo é muito justo, afinal de contas ela já não aguentava minha existência e precisava mesmo de um tempo. Alega que vai procurar conhecimento, se reciclar, estudar muito e todas estas coisas que brasileiro diz que irá fazer no exterior quando todos sabem que vão mesmo é cair na gandaia, gastar os tubos com qualquer porcaria e claro, acumular milhagens.

Minha havaina porém é um caso a parte, e da melhor parte. Fugitiva do regime autoritário dos trópicos, cansada de dançar o hula hula para marinheiros embriagados veio ao Brasil ganhar a vida como publicitária. Filha de um simpático senhor natural daquelas terras de onde só conhecemos dos filmes que o REI (Elvis, seu burro!) fazia e de uma mulher espetacular que pilota um jipe como poucos marmanjos por aí. Tem uma irmã igualmente linda, e ainda por cima, com a mesma entonação de voz da outra - fato que me confunde muito, principalmente depois de umas e outras.

O fato é que ela se foi, não volta tão cedo, mas esperamos que com a sua displicência natural dê notícias regulares, mesmo que uma vez ao mês. Responder emails? Atender telefone? Carta, o que é isto? De qualquer forma, não importa quanto tempo passe, porque se ela ainda estivesse por aqui o nosso tempo seria curto do mesmo jeito, e nem por isso nossa amizade menor.
Boa viagem, Kahawaii, divirta-se menina.

Um beijo pra quem fica e para quem vai.
Eu e Ciça estaremos aqui para repetir nosso ritual.